sábado, 16 de junho de 2012

CARMDV



Após longo e tenebroso chavão, digo, inverno, os autores de Acorde tem novidades. Na verdade, um deles especificamente. Wesley Costa está com novo livro no prelo, e logo, logo, teremos mais informações sobre ele, que é possível de ser lançado ainda este ano. Por agora posso dizer que já tem capa e prefácio (meus por sinal) e reúne textos de Acorde e inéditos, além de alguma prosa. 


Aguardem mais notícias.


Saudações,


Sebastião Ribeiro

sexta-feira, 23 de março de 2012

Sobre o livro Acorde (lançamento ocorrido em 09,02,2012)






Para não ancorar, acordar nas Palavras é o que nos faz pensar, e não nos esqueçamos que o silêncio também é música.

Acorde é uma antologia dos jovens poetas Igor-Pablo, Sebastião Ribeiro e Wesley Costa editado em 2011 pela Editora Scortecci. A proposta é mostrar que a labuta poética ainda continua vigorando mesmo nos dias em que as palavras não passam de vãs palavras. Ainda resistimos à Arte da palavra escrita, ainda há quem se entregue ao trabalho poético sem medo. Isso de Arte nos pertence.

O projeto de livro/antologia nasceu em algum dia de 2010 em mais uma das conversas literárias dos já mencionados poetas (amigos). Projeto que veio se concretizar, de fato, após a premiação do 23º Festival de Poesia do Maranhão, onde os três poetas foram reconhecidos pelos seus méritos.

O lançamento deste livro nos proporciona a visão de três poetas jovens e diferentes, cada qual com sua (in) maturidade, cada qual com seu propósito estético, ou antiestético, como queiram. Acorde é um livro da vida de todos nós, humanos e desumanos, artistas e não artistas, poetas e pensadores, prosadores sem dieta, leitores sem pretensão ou pretensiosos degustadores.


                                                                                                                                     Igor-Pablo

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sublimação, de Sebastião Ribeiro


 sublimação

                                    É essencial fotografar objetos familiares de pontos de vista inesperados.
                                                                                                                                                                Ródtchenko

por enquanto sem rumo vou
ficando: um cupim sem asa ou
içá fenecida (menos uma cópula)

tudo pede que’u pense
(exige parte que podes
não ter, quiçá não ser)

por isso o cancro do caule
ou a pétala que cai sem
estalar dor, por isso

os olhos novos anseiam luz
na morte de tudo: durmo e
acordo em sonho esfarelado.

nos ônibus o que preciso é comum
a tudo, a necessidade me faz irmão.
compartilho a flor que não gritou.

o dia passando não enxerga
a mão inteira que busca um pouso.
esperando gosto, a boca oferecida;

por isso a lâmpada queima, por isso
o pé cego fragmenta um cogumelo:
assim caio em mim cogumelo pisado,

recolho embotado as provas da
prova dos toques, dos olhares:
os fins é que me fazem assim.


            A vida, um rumo, uma incerteza. Há alguns períodos em que os caminhos se apertam de tal, que miramos o nada, e nada mais. Estar esse cupim sem asas (...)? Ou uma árvore sem flor (...) Ou pétala solitária já debilitada. Pra onde progresso? Pr’onde progredir?!?! O cruel é saber que nossos olhos nunca viram esses mares-grandiosos, então estarei perdido mesmo, nas tempestades desse oceano de cobranças. Não devo ter todas as visões, não tenho tempo, não sou Senhor da minha vida. As roupas abdicam do corpo demolido de fragilidades que não se correspondem com os gritos da tortura. Que poema esse que me envenena? É sublimação, surpreendera-me. Já não falo como crítico, já não falo como aprecio-a-dor, falo como acabrunhado de melancolias e exaustões. Quando vi que a necessidade me faz irmão, tudo se correspondeu. Este texto era pra ser outro, mas meu espírito está vago... e vagueia por entre as pessoas do tal ônibus, pobre dessas flores que não tiveram vozes...Poetas sabem que são igualados ao zero, poetas são pretensiosos demais. E as pisadas se fazem comuns, quando a costa de caminhos tortos, vértebras asfaltadas já são mudas criadas...

                                                                                                                                       por Igor-Pablo
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